Países disputam, há séculos, área hoje sob controle guianense; descoberta de petróleo reavivou tensão. Lula se reúne em separado com os líderes dos dois países nesta semana. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (29) que não tratou sobre o conflito diplomático entre Guiana e Venezuela pela região de Essequibo durante sua passagem pela região.
"Se em cem anos não foi possível resolver esse problema, é possível que a gente leve mais algumas décadas", disse.
Lula encerrou hoje sua passagem pela Guiana, onde se reuniu com o presidente Irfaan Ali. O presidente segue agora para São Vicente e Granadinas, onde se encontrará com o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
"Por que não discutimos? Porque não é o momento de discutir, era uma reunião bilateral para discutir desenvolvimento, para discutir investimento, mas o presidente do Irfaan [Ali] sabe, como sabe o presidente Maduro, que o Brasil está disposto a conversar com eles na hora que for necessário", disse.
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Lula disse que também não tratará do assunto com Maduro.
"Da mesma forma que eu não vou discutir com o presidente Maduro essa questão, porque a reunião não é para isso, eu vou discutir a Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos]", disse.
Segundo Lula, durante seu encontro com Maduro, irá demonstrar empenho para que haja tranquilidade nas relações.
Região de paz
Mais cedo, durante declaração conjunta com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, Lula disse que é necessário que a região trabalhe para que seja mantida a paz.
Guiana e Venezuela fazem fronteira com o Brasil. O governo de Maduro convocou um referendo para que a população votasse sobre se a região de Essequibo, hoje na Guiana, deveria ser anexada ao território venezuelano.
Os dois países disputam Essequibo desde 1966. Em 2015, a disputa ficou mais acirrada, pois a companhia americana ExxonMobil descobriu de campos de petróleo na região.
O governo de São Vicente e Granadinas tem conduzido conversas para buscar uma saída diplomática para o impasse. O presidente Lula agradeceu o trabalho realizado pelo primeiro-ministro do país, Ralph Gonsalves, e disse que pode ajudar no processo, caso seja necessário.
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